sábado, 3 de julho de 2010

BIOGRAFIA

MAKARENKO (1888-1939): Biografia





Anton Semionovich Makarenko nasceu na Ucrânia. Makarenko era filho de um operário ferroviário e de uma dona-de-casa. Aprendeu a ler e escrever com a mãe, como a maioria das crianças da época, e logo depois foi matriculado numa escola primária. Lá, ele teve acesso às disciplinas de língua russa, aritmética, geografia, história, ciências naturais, física, desenho, canto, ginástica e catecismo, mas não pôde estudar sua língua materna, a ucraniana, proibida pelo império czarista na Rússia, nem lógica e filosofia, estudos exclusivos da elite.
Aos 17 anos, Makarenko concluiu o curso de magistério e entrou em contato com as idéias revolucionárias de Lênin e Máximo Gorki, que influenciaram sua visão de mundo e de educação.
Sua primeira experiência em sala de aula ocorreu em 1906, na Escola Primária das Oficinas Ferroviárias, onde lecionou por oito anos. Em seguida, assumiu a direção de uma escola secundária. Mais consciente do modelo de educação que queria aplicar, ampliou o espaço cultura, mudou o currículo com a ajuda de pais e professores e estabeleceu o ensino da língua ucraniana.
De 1920 a 1928, Makarenko viveu sua mais marcante experiência: na direção da Colônia Gorki, instituição rural que atendia crianças e jovens órfãos que haviam vivido na marginalidade.
Nesta escola, ele pôde colocar em prática um ensino que privilegiava a vida em comunidade, a participação da criança na organização da escola, o trabalho e a disciplina. Publicou novelas, peças de teatro e livros sobre educação, sendo Poema Pedagógico o mais importante.
Mais que educar, com rigidez e disciplina, Anton Makarenko quis formar personalidades, criar pessoas conscientes de seu papel político, cultas, sadias e que se tornassem trabalhadores preocupados com o bem-estar do grupo, ou seja, solidários.
Na sociedade comunista, o trabalho era considerado essencial para a formação do homem, não apenas um valor econômico. Makarenko aprendeu tudo na prática, na base de acertos e erros, primeiro na escola da Colônia Gorki e, em seguida, na Comuna Dzerjinski.
As dificuldades e os desafios têm muitos paralelos com os dos professores de hoje. A saída encontrada há quase um século correspondia às necessidades da época, mas servem de reflexão para buscar soluções atuais e entender a educação no mundo.
O mestre ucraniano concebeu um modelo de escola baseado na vida em grupo, na autogestão e na disciplina, contribuindo para a recuperação de jovens infratores. Segundo Makarenko, “é preciso mostrar aos alunos que o trabalho e a vida deles são parte do trabalho e da vida do país”.

 Principais Obras de Makarenko:
De acordo com Costa, Santos e Rodriguez (2003), a primeira obra de Makarenko demorou dez anos para ser escrita e recebeu o nome de Poema Pedagógico. Foi dividida em três volumes e publicada respectivamente em 1932, 1933 e 1935. Em 1937, ele publicou o Livro dos Pais e em 1938, As Bandeiras nas Torres. Tais autoras acrescentam que Makarenko escreveu, também, A Marcha do Ano 30 e F.D.I. Além de peças teatrais (Major e os Anéis de Newton), contos, encenações e uma novela (A Honra), e deixou um romance inacabado (Os caminhos de uma Geração).




PISTRAK (1888-1940): Biografia


Sobre a vida de Pistrak muito pouco se sabe. Roseli Salete Caldart explica que “sobre sua biografia quase não existem registros. O que sabemos, é que suas reflexões pedagógicas, elaboradas a partir de sua própria prática de professor e de militante socialista, tiveram bastante influência na educação da República Soviética, especialmente no final da década de 20 deste século que se despede, em pleno processo de construção da sociedade revolucionária. Numa fase posterior, sob a condução stalinista, a obra de Pistrak deixou de ser divulgada, o que talvez explique porque sabemos tão pouco sobre ele por aqui.” (CALDART, 2005, p. 7).
Moisey Mikhaylovich Pistrak foi um educador contemporâneo a outros grandes educadores e pedagogos russos, tais como Makarenko, Nadéjda Krupskaya, Pavel Blonsky e Vassili Lunatcharsky, ligados ao projeto pedagógico socialista que visava uma educação coletiva e vinculada ao movimento mais amplo de transformação social.
Em sua obra, Pistrak rejeita uma pedagogia que forma vassalos e defende a formação de cidadãos ativos e participantes da vida social
Após a Revolução Russa, a necessidade de se criar novas relações sociais entre os homens, através de uma "esperança coletiva" de se criar uma nova sociedade, por meio da fraternidade, da igualdade e do fim da alienação, tornou-se mais evidente.
Nesse contexto, Pistrak tinha sua visão voltada especificamente para o ensino primário e o secundário, que buscasse formar homens atentos e comprometidos com o presente, não alienados, criadores de seu futuro, buscando o bem comum através de uma coletividade.
Pistrak tinha o desejo de criar uma nova instituição escolar, pois a vigente transmitia um conteúdo implícito, através do currículo, de uma prática não verbalizada e que deveria ser questionada.

 Principais Obras de Pistrak:
• Fundamentos da escola do trabalho: Esta obra sistematiza a experiência pedagógica de Pistrak, na condução da Escola Lepechinsky, sendo atualmente a única obra do autor traduzida e editada no Brasil.




Bibliografia utilizada:

CALDART, Roseli Salet. Apresentação, In: PISTRAK, Moisey Mikhaylovich. Fundamentos da Escola do Trabalho. 4. ed., p. 7-15, São Paulo: Expressão Popular, 2005.
CARVALHO, Josué de; OLIVEIRA, Walas Leonardo de; COSTA, Wídina Moreira. Um olhar sobre a pedagogia socialista: a contribuição de Makarenko.
COSTA, K. A . da; SANTOS, F. A. dos, RODRIGUES, M. V. Makarenko: o pedagogo poeta. PROFISSÃO DOCENTE ON-LINE. Vol 2, Num 5, mai. 2003.
MAKARENKO, Anton S. Poema Pedagógico, 3 vols., Tradução de Tatiana Belinky. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1985.
PISTRAK, M.M. Fundamentos da escola do Trabalho: uma pedagogia social. São Paulo: Expressão Popular, 2000. (Tradução de Daniel Aarão Filho).

Grupo: Amanda Mendes, Ana Carolina Campos, Carolina Amaral, Lívia Henriques.

Um comentário:

  1. Pistrak foi fuzilado em 1937, nos expurgos promovidos por Stálin. A informação está em "Escola Comuna".

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