quinta-feira, 8 de julho de 2010

Material Didático

Material didático de Pistrak e Makarenko


Breve contextualização do material.


Pistrak


Pistrak defendia que a pedagogia deveria formar cidadãos ativos e participantes da vida social. A visão educacional de Pistrak baseava-se na formação de homens desalienados, vinculados ao presente, preocupados em criar o futuro cuja busca do bem superasse o individualismo e o egoísmo.
Na concepção de Pistrak, a escola ensinava mais com a prática do que com a “fala da prática”, ou seja, as atitudes e os comportamentos ensinam mais do que o que se diz dos comportamentos e das atitudes.
Pistrak defendia uma “escola para o trabalho” em que a ênfase estivesse nas leis que rejem o conhecimento do mundo natural e social, na preocupação com as leis do trabalho humano, e no método dialético em que este atuasse como força organizadora do mundo.
Em consonância com os objetivos da Revolução Russa, Pistrak procurou introduzir a dimensão política no trabalho pedagógico e em respeito disso afirmou “sem teoria pedagógica revolucionária não poderá haver prática pedagógica revolucionária” (Tratenberg, p.29).
Pistrak considera que a Escola do Trabalho é um instrumento para capacitar o homem a entender o seu papel na luta contra o capitalismo, bem como o espaço ocupado pelo trabalhador em favor do socialismo, evidenciando a realidade e a necessidade da escola de educar os jovens para essa realidade.
Pistrak desenvolve o ensino pelo “método dos complexos” pela qual se estuda os fenômenos agrupados enfatizando a interdependência transformadora do método dialético. O trabalho, para Pistrak, deve ser socialmente útil determinante das relações sociais entre os sujeitos. Nessa perspectiva, Pistrak enfatiza o papel da oficina profissional nas escolas instituídas por um Regulamento sobre a “Escola Única do Trabalho”, em que o trabalho na oficina escolar reflete os ofícios artesanais, urbanos ou rurais. De acordo com Pistrak, o papel da escola é formar crianças para se tornarem trabalhadores completos e por esse motivo é que ele enfatiza a necessidade de a escola possibilidar uma formação básica técnica e social permitindo ao educando a orientação na vida real.

Referência bibliográfica
SANTOS, Francely Aparecida dos, COSTA, Karen Aguiar da Costa. Makarenko: O pedagogo poeta. Universidade de Uberaba – UNIUBE/MG.
http://www.perspectiva.ufsc.br/perspectiva_2007_02/12_RESENHA_Siomara.pdf

Revista Nova Escola, História, Prática Pedagógica, História Geral. Edição especial 05/2003. Anton Makarenko – o professor do coletivo.28/04/2010. http://revistaescola.abril.com.br/imprima-essa-pagina.shtml

TRAGTENBERG, Maurício. Pistrak. Fundamentos da escola do trabalho. São Paulo, ed. Brasiliense, 1981, pp. 07-23. (Tradução: Daniel Aarão Reis Filho).


Anton Makarenko – O professor do coletivo

“O mestre ucraniano Anton Makarenko concebeu um modelo de escola baseado na vida em grupo, na autogestão, no trabalho e na disciplina que contribuiu para a recuperação de jovens infratores”.(Revista Nova Escola, 05/2003)


O método de ensino criado por Anton Makarenko organizava a escola como coletividade e entendia como relevante os sentimentos dos alunos na busca pela felicidade, permitindo a participação das crianças através de opiniões e discussão das suas necessidades no âmbito escolar. A perspectiva de trabalho em grupo estava intrinsecamente ligada aos ideais revolucionários da União Soviética em que todos deveriam trabalhar para que o sustento do seu próximo fosse possível.
Makarenko educava com rigidez e disciplina com o objetivo de formar sujeitos cultos, sadios, conscientes de seu papel político e trabalhadores solidários. A disciplina configurava-se uma marca importante porque, na concepção de Makarenko, as metas somente seriam atingidas através de direções firmes e dessa forma, ele via a disciplina como um meio para alcançar o objetivo final. Makarenko acreditava na necessidade de acostumar as crianças a cumprir com suas obrigações, e exigir delas grandes responsabilidades.
O mestre ucraniano, Makarenko, também entendia como relevante a participação da família na escola e defendia que esta deveria desempenhar um papel de orientação daquela. A família, por sua vez, deveria encarar a escola como um órgão normativo.
Faziam parte da rotina diária dos alunos da escola que Makarenko dirigia os exercícios físicos (ginástica militar), os trabalhos manuais, a recreação, as excursões, as aulas de música e idas ao teatro, os desfiles, os exercícios táticos e jogos bélicos.
Na concepção de Anton Makarenko, a escola deveria ser um lugar que possibilitasse ao jovem viver a realidade concreta e participar das decisões sociais, dessa forma, acreditava ele, que formaria sujeitos capazes de dirigir a sua própria vida no presente e a vida do país no futuro.


Importante:
Makarenko define a educação como um processo social de tomada de consciência de si próprio e do meio que nos cerca. Educar para ele é socializar pelo trabalho coletivo em função da vida comunitária.

Referência bibliográfica


SANTOS, Francely Aparecida dos, COSTA, Karen Aguiar da Costa. Makarenko: O pedagogo poeta. Universidade de Uberaba – UNIUBE/MG.
http://www.perspectiva.ufsc.br/perspectiva_2007_02/12_RESENHA_Siomara.pdf

Revista Nova Escola, História, Prática Pedagógica, História Geral. Edição especial 05/2003. Anton Makarenko – o professor do coletivo.28/04/2010. http://revistaescola.abril.com.br/imprima-essa-pagina.shtml

TRAGTENBERG, Maurício. Pistrak. Fundamentos da escola do trabalho. São Paulo, ed. Brasiliense, 1981, pp. 07-23. (Tradução: Daniel Aarão Reis Filho).


Material Didático em consonância com as idéias de Makarenko e Pistrak



A Árvore de Maçã

Trabalha com a criança: História, Geografia e Matemática
Desenvolve a cooperação e o trabalho em grupo.

Instruções
Indica-se a participação de alunos que estejam em fase de aprendizagem de cálculos matemáticos e trabalha com a perspectiva sistêmica.
História – Perguntar sobre a origem da maçã.
Geografia – Perguntar qual é o país ou estado que mais produz maçãs.
Matemática - Dividir a sala em grupos, chamar um representante de cada grupo e pedir que ele pegue uma maçã na árvore. Ele deverá resolver o cálculo que estará escrito na maçã junto com o grupo, e procurar na árvore a maçã que esteja com a resposta correta do cálculo.





Jogo de Tabuleiro

TABULEIRO: TOTAL 10

Atividade tem um objetivo de desenvolver a cooperatividade, respeito.
A partir desse material as crianças podem:
-associar números à quantidade;
-construir o significado de números naturais;
-desenvolver a capacidade de conservação (conservar uma quantidade na memória e criar habilidade de acrescentar números para conseguir o total 10 ou 5 – de acordo com o trabalho do professor e a necessidade do discente)

Materiais:
- um tabuleiro com 16 quadrados;
- 40 cartas numeradas: de 1 a 7 :
-10 cartas com o nº 1;
-5 cartas com os nºs 2,3,4 e 5 (cada)
-7 cartas com o nº 6
-2 cartas com o nº 7
-1 carta coringa
-1 dado
- Palitos de picolé

Instruções:
Joga-se com no máximo 4 jogadores.
Embaralham-se as cartas e distribui 4 cartas para cada jogador. Deixa-se o monte de cartas próximo aos jogadores, pois ninguém pode continuar jogando com menos de 3 cartas na mão. Não se deve mostrar as cartas que estão nas mãos e nem as do monte.
À cada jogada, pega-se outra carta no monte, na ordem em que estiver.
O objetivo é fechar a coluna com o total 10. Vence pela vertical ou na horizontal.
Se os educandos apresentarem dificuldades quanto a associar o número à quantidade, pode-se usar palitos de picolé para visualizar: o aluno que colocou a carta 3, pega-se a mesma quantidade de palitos para associar. A carta do curinga fecha o jogo, caso esteja faltando apenas uma casa.




Bingo das Sílabas

Auxilia a criança que apresenta dificuldades em escrever ou que troca letras. A atividade pode ser desenvolvida em grupos ou individualmente com crianças que estejam em fase de alfabetização
Instruções:
Distribuir a classe em grupos e entregar uma cartela para cada grupo de 4 pessoas em seguida sortea-se as sílabas. O grupo que preencher primeiro uma horizontal, vertical ou diagonal será o grupo que indicará as palavras para trabalhar em sala.



Bingo dos Sinônimos
Favorece a comunicação e a interação e auxilia o discente no desenvolvimento do léxico mental.

Instruções:
Segue as mesmas regras do Bingo de Sílabas: Distribuir a classe em grupos e entregar uma cartela para cada grupo de 4 pessoas em seguida sortea-se as palavras. O grupo deverá associar a palavra e se na cartela que está com eles existe o sinônimo da palavra para marcar na cartela. O grupo que preencher primeiro uma horizontal, vertical ou diagonal será o grupo que indicará as palavras para trabalhar em sala.





Jogo do Dominó

Também favorece o trabalho cooperativo e facilita a aquisição das competências específicas para desenvolver as contas de multiplicação, adição ou subtração.

Instruções:
Divide-se a sala em grupos e entrega para cada grupo os triângulos contendo os cálculos e as respostas. Os educandos deveram juntar os triangulos paralelamente contendo a resposta corretas do cálculo. O grupo que terminar primeiro e tiver todas as respostar certas vecerão o jogo.

A trilha

É uma atividade que favorece o trabalho coletivo e o cooperativismo além de trabalhar com as atualidades.

Instruções:
Divide-se a sala em dois grupos pede-se que cada um escolha um representante para jogar os dados, o número que sair no dado o aluno deverá fazer a correspondência na trilha e os outros colegas irão ajudar a responder a pergunta que foi sorteada. Os números que forem sorteados no dado deverão ser somados (ex.: se o jogador está na posição 3 e o dado sertear o nº 1, ele deverá saltar uma casa. Ele deverá permanecer na casa três se não acertar a pergunta e deverá pular para a casa quatro se acertar a pergunta). Quem chegar primeiro ao fim do jogo é o vencedor.



A construção de uma cidade

Essa atividade tem o propósito e uma dimensão maior que simplesmente alguns jogos, pois inclui no projeto etapas de desenvolvimento com base em jogos e o interessante é que são jogos extremamente coletivos que envolverão toda a turma, seja nas eleições ou até mesmo na simulação de uma visita ao mercado. A proposta está intrinsecamente relacionada com as idéias dos autores de conceber a escola como espaço privilegiado de formação para o trabalho e para a tomada de consciência “coletiva” de uma sociedade, no qual as decisões particulares refletem diretamente na esfera pública.
Preocupa-se com a formação de cidadãos ativos e conscientes e que acima de tudo pudessem pensar em um novo modelo de sociedade e consequentemente de escola.
Esse jogo trabalha também a correspondência entre o real e o imáginário.

Instruções:
Pode-se trabalhar com crianças de 3 a 6 anos. Elas deverão criar de uma cidade com suas características (carros, ruas, comércios, casas, fábricas).

Charge

CHARGES

ANTON SEMIONOVICH MAKARENKO
E
MOISEY MIKHAYLOVICH PISTRAK



O império russo atravessava seus anos de tormenta e destruição, reprimindo violentamente os movimentos de contestação. Forjado a ferro e fogo, Makarenko projetou seu trabalho pedagógico como início de um trabalho político nas escolas primárias ferroviárias.





Na direção da colônia de jovens órfãos e delinqüentes, Makarenko tinha consciência de que seria necessária uma nova teoria pedagógica para o trabalho de educação socialista cujas ações educacionais fossem imediatas.









“A pedagogia socialista deve centrar sua atenção na educação do coletivo e aí, sim, estará educando o novo caráter coletivista de cada criança em particular” .




Pistrak situa-se na linha dos grandes educadores como Pavel Blonsky, Nadezhda Krupskaia e Vassili Lunatcharky. Apesar disso , durante o stalinismo, sua importância foi ofuscada pela emergência de Makarenko, como "grande educador soviético".



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


LUEDEMANN, Cecília da Silveira. Anton Makarenko vida e obra – a pedagogia na revolução. São Paulo: Expressão Popular, 2002.

MAKARENKO, Anton S. Poema Pedagógico, 3 vols., Tradução de Tatiana Belinky. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1985.

PISTRAK, M.M. Fundamentos da escola do Trabalho: uma pedagogia social. São Paulo: Expressão Popular, 2000. (Tradução de Daniel Aarão Filho).

Grupo:

Deiziane Bernardes
Genivalda Ribeiro
Gisele Aquino
Izabela Eunice
Michele Roncante
Shirlei Medeiros

Estrutura da educação

Estrutura de Educação
Pistrak e Makarenko

Pistrak e Makarenko pensaram um novo modelo de educação para o contexto histórico em que viviam, que era de Revolução Socialista, influencias de Marx, onde novas ideias estavam surgindo, de liberdade e igualdade. Assim de acordo com esses educadores era preciso fazer uma Revolução também na educação, que em sua estrutura trazia embutida práticas reprodutoras de ideais Capitalistas, e a escola desse modelo transmite um conteúdo implícito significativo que devia ser questionado, não condizentes com o novo tipo de cidadão em ascensão que pretendiam formar e para a qual exigia a formação de homens vinculados ao presente, desalienados, mais preocupados em criar o futuro do que cultivar o passado, e cuja busca do bem comum superasse o individualismo e o egoísmo.
Na educação antes de Pistrak e Makarenko O SABER era centrado no professor, que era tido como o único detentor do saber. As DISCIPLINAS eram fora da realidade dos alunos, com a prática da repetição. A instituição ESCOLA era como a estrutura de uma Fábrica, com alunos sentados, calados, ouvindo o professor, recebendo ordens. As IDEIAS difundidas eram como as capitalistas, dominantes X dominados, bem parecidos com professores X alunos. Os ALUNOS formavam-se alienados, sem liberdade de pensamento, sem opinião, há uma homogeneização deles que serão a futura classe trabalhadora.
Pistrak e Makarenko introduziram na Educação, uma Pedagogia Socialista, centrada na ideia do coletivo, capaz de garantir a transformação e construção de uma escola democrática, cidadã.
Suas práticas privilegiavam a teoria marxista, o método dialético – que prega a interação entre as coisas estudadas, interdisciplinaridade, aprender na prática, experiência, para esses educadores todo ensino deve ter uma utilidade prática.
A escola para eles deve formar o homem que faz a Revolução, que não se acomoda com o que vê de errado e precisam se manifestar. Educar para libertar, não para reproduzir ou dominar. A Política e o trabalho estavam intimamente ligados à educação, o lema era a “educação para o trabalho” onde os alunos tivessem atividades na indústria desde pequenos, vinculados em aprender atividades, ora de mandar e ora de obedecer, e saberem se auto organizar, era necessário formar-se trabalhadores completos. A Escola seria responsável por uma formação de consciência de classe dos trabalhadores, não classe submissa, mas de igualdade.
Para a prática do professor eles também pensaram em introduzir a dimensão política no trabalho pedagógico.

“sem teoria pedagógica revolucionária não poderá haver prática pedagógica revolucionária”. “Nesse processo, o papel do “pedagogo” é o de facilitar as crianças, sem esmagar suas iniciativas sob sua autoridade, nem abandoná-las a pretexto de não intervir: um meio termo é fundamental. (PISTRAK, 2005, p. 24)
O novo modelo de Educação então proposto por Pistrak e Makarenko trouxe novas práticas educativas, nele O SABER ficou visto onde todos juntos são construtores da aprendizagem. As DISCIPLINAS seriam de acordo com a realidade do aluno, do seu interesse, surgidas de suas indagações sobre a realidade vivida por eles, assim as ciências devem ser ensinadas como meio para conhecer e transformar a realidade. Na estrutura da ESCOLA se trabalharia mais coletivamente, com trabalhos em grupo, interação entre colegas e professores. As novas IDEIAS difundidas eram libertadoras, de igualdade, sem dominantes e dominados. Os ALUNOS se formavam desalienados, ativos e participantes, livres para pensar e mudar a condição atual. Esse era o ideal comum estre Pistrak e Makarenko, a busca da formação de uma sociedade construtora de uma nova realidade, igualitária, livre e fraterna.






Referências Bibliográficas:

MAKARENKO, Anton. Poema Pedagógico. São Paulo. Ed. 34. 2005.
PISTRAK. Fundamentos da escola do trabalho. São Paulo. Ed. Quarta. 2005.
PINK FLOYD. Another brick in the wall . YOUTUBE. Disponível em:
. Acesso em: 17 jun. 2010.


Grupo:

Elane Alves
Cristiane Campos
Maria da Gloria
Patrícia Paz
Simone Maria

sábado, 3 de julho de 2010

BIOGRAFIA

MAKARENKO (1888-1939): Biografia





Anton Semionovich Makarenko nasceu na Ucrânia. Makarenko era filho de um operário ferroviário e de uma dona-de-casa. Aprendeu a ler e escrever com a mãe, como a maioria das crianças da época, e logo depois foi matriculado numa escola primária. Lá, ele teve acesso às disciplinas de língua russa, aritmética, geografia, história, ciências naturais, física, desenho, canto, ginástica e catecismo, mas não pôde estudar sua língua materna, a ucraniana, proibida pelo império czarista na Rússia, nem lógica e filosofia, estudos exclusivos da elite.
Aos 17 anos, Makarenko concluiu o curso de magistério e entrou em contato com as idéias revolucionárias de Lênin e Máximo Gorki, que influenciaram sua visão de mundo e de educação.
Sua primeira experiência em sala de aula ocorreu em 1906, na Escola Primária das Oficinas Ferroviárias, onde lecionou por oito anos. Em seguida, assumiu a direção de uma escola secundária. Mais consciente do modelo de educação que queria aplicar, ampliou o espaço cultura, mudou o currículo com a ajuda de pais e professores e estabeleceu o ensino da língua ucraniana.
De 1920 a 1928, Makarenko viveu sua mais marcante experiência: na direção da Colônia Gorki, instituição rural que atendia crianças e jovens órfãos que haviam vivido na marginalidade.
Nesta escola, ele pôde colocar em prática um ensino que privilegiava a vida em comunidade, a participação da criança na organização da escola, o trabalho e a disciplina. Publicou novelas, peças de teatro e livros sobre educação, sendo Poema Pedagógico o mais importante.
Mais que educar, com rigidez e disciplina, Anton Makarenko quis formar personalidades, criar pessoas conscientes de seu papel político, cultas, sadias e que se tornassem trabalhadores preocupados com o bem-estar do grupo, ou seja, solidários.
Na sociedade comunista, o trabalho era considerado essencial para a formação do homem, não apenas um valor econômico. Makarenko aprendeu tudo na prática, na base de acertos e erros, primeiro na escola da Colônia Gorki e, em seguida, na Comuna Dzerjinski.
As dificuldades e os desafios têm muitos paralelos com os dos professores de hoje. A saída encontrada há quase um século correspondia às necessidades da época, mas servem de reflexão para buscar soluções atuais e entender a educação no mundo.
O mestre ucraniano concebeu um modelo de escola baseado na vida em grupo, na autogestão e na disciplina, contribuindo para a recuperação de jovens infratores. Segundo Makarenko, “é preciso mostrar aos alunos que o trabalho e a vida deles são parte do trabalho e da vida do país”.

 Principais Obras de Makarenko:
De acordo com Costa, Santos e Rodriguez (2003), a primeira obra de Makarenko demorou dez anos para ser escrita e recebeu o nome de Poema Pedagógico. Foi dividida em três volumes e publicada respectivamente em 1932, 1933 e 1935. Em 1937, ele publicou o Livro dos Pais e em 1938, As Bandeiras nas Torres. Tais autoras acrescentam que Makarenko escreveu, também, A Marcha do Ano 30 e F.D.I. Além de peças teatrais (Major e os Anéis de Newton), contos, encenações e uma novela (A Honra), e deixou um romance inacabado (Os caminhos de uma Geração).




PISTRAK (1888-1940): Biografia


Sobre a vida de Pistrak muito pouco se sabe. Roseli Salete Caldart explica que “sobre sua biografia quase não existem registros. O que sabemos, é que suas reflexões pedagógicas, elaboradas a partir de sua própria prática de professor e de militante socialista, tiveram bastante influência na educação da República Soviética, especialmente no final da década de 20 deste século que se despede, em pleno processo de construção da sociedade revolucionária. Numa fase posterior, sob a condução stalinista, a obra de Pistrak deixou de ser divulgada, o que talvez explique porque sabemos tão pouco sobre ele por aqui.” (CALDART, 2005, p. 7).
Moisey Mikhaylovich Pistrak foi um educador contemporâneo a outros grandes educadores e pedagogos russos, tais como Makarenko, Nadéjda Krupskaya, Pavel Blonsky e Vassili Lunatcharsky, ligados ao projeto pedagógico socialista que visava uma educação coletiva e vinculada ao movimento mais amplo de transformação social.
Em sua obra, Pistrak rejeita uma pedagogia que forma vassalos e defende a formação de cidadãos ativos e participantes da vida social
Após a Revolução Russa, a necessidade de se criar novas relações sociais entre os homens, através de uma "esperança coletiva" de se criar uma nova sociedade, por meio da fraternidade, da igualdade e do fim da alienação, tornou-se mais evidente.
Nesse contexto, Pistrak tinha sua visão voltada especificamente para o ensino primário e o secundário, que buscasse formar homens atentos e comprometidos com o presente, não alienados, criadores de seu futuro, buscando o bem comum através de uma coletividade.
Pistrak tinha o desejo de criar uma nova instituição escolar, pois a vigente transmitia um conteúdo implícito, através do currículo, de uma prática não verbalizada e que deveria ser questionada.

 Principais Obras de Pistrak:
• Fundamentos da escola do trabalho: Esta obra sistematiza a experiência pedagógica de Pistrak, na condução da Escola Lepechinsky, sendo atualmente a única obra do autor traduzida e editada no Brasil.




Bibliografia utilizada:

CALDART, Roseli Salet. Apresentação, In: PISTRAK, Moisey Mikhaylovich. Fundamentos da Escola do Trabalho. 4. ed., p. 7-15, São Paulo: Expressão Popular, 2005.
CARVALHO, Josué de; OLIVEIRA, Walas Leonardo de; COSTA, Wídina Moreira. Um olhar sobre a pedagogia socialista: a contribuição de Makarenko.
COSTA, K. A . da; SANTOS, F. A. dos, RODRIGUES, M. V. Makarenko: o pedagogo poeta. PROFISSÃO DOCENTE ON-LINE. Vol 2, Num 5, mai. 2003.
MAKARENKO, Anton S. Poema Pedagógico, 3 vols., Tradução de Tatiana Belinky. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1985.
PISTRAK, M.M. Fundamentos da escola do Trabalho: uma pedagogia social. São Paulo: Expressão Popular, 2000. (Tradução de Daniel Aarão Filho).

Grupo: Amanda Mendes, Ana Carolina Campos, Carolina Amaral, Lívia Henriques.

CONTEXTO HISTÓRICO



Contexto Histórico e Político Pistrak e Makarenko

A Rússia Czarista


Nicolau II e sua família: últimos representantes da monarquia russa


A Rússia, até os primeiros anos do século XX, era controlada pelo absolutismo czarista de Nicolau II, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia.
Era um regime ultrapassado que não conseguia dar resposta aos problemas da sociedade russa, atravessando dificuldades econômicas, políticas e sociais.
O setor primário era aquele que albergava a maior percentagem da população ativa russa, cerca de 80% de sua economia concentrava-se no campo e mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com o governo do czar.
Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O governo russo atrelou a economia nacional aos moldes do feudalismo e não promoveu condições necessárias para o estabelecimento de um parque industrial desenvolvido. Dessa maneira, o atraso econômico foi uma das primeiras delicadas questões que contribuíram para a deflagração do processo revolucionário.
Na entrada do século XX, o operariado russo passou a organizar greves e revoltas contra o governo. Representados pelo Partido Operário Social-Democrata, os trabalhadores começaram a entrar em contato pelo ideário socialista proposto, principalmente, pelos pensadores alemães Karl Marx e Friedrich Engles. Em contrapartida, o governo russo reprimiu tais instituições político-partidárias por meio da “Okrana”, um destacamento policial criado para conter esse tipo de agitação social .
Em meio a tantos problemas, o conflito da Rússia contra o Japão (1904-1905) piorou a imagem do governo frente a vários grupos da sociedade russa. A origem do conflito foi à disputa entre os dois países por territórios na China e por áreas de influência no continente. A derrota ante os japoneses mergulhou a Rússia numa grave crise econômica e aumentou o descontentamento de diferentes grupos sociais com o czar Nicolau II.
Em janeiro de 1905, um grupo de populares realizou uma manifestação em frente ao palácio monárquico de São Petersburgo, então capital do Império Russo, para entregar a Nicolau II um documento em que reivindicavam melhores condições de vida e melhores salários. Uma multidão de cerca de 200 mil pessoas, entre elas crianças e mulheres. Exageradamente, as tropas imperiais abriram fogo contra os manifestantes. O episódio, que ficou conhecido como Domingo Sangrento, potencializou as pressões contra a monarquia russa.


Em janeiro de 1905 a manifestação de operários que reivindicava aumento de salários é dispersada a bala pela guarda imperial

No ano seguinte, cedendo a tantas pressões e tentando diminuir as tensões sociais, o czar Nicolau II transformou seu governo em uma monarquia constitucional. De acordo com as novas regras, o país teria um parlamento (Duma) onde seus representantes discutiriam os problemas da nação russa. Contudo, os deputados eleitos das quatro primeiras Dumas foram de tal maneira pressionados pelo czar que pouco puderam fazer. Tais mudanças incentivaram o surgimento de agremiações de discussão política formada por trabalhadores do campo e da cidade .
Começava então a formação dos sovietes, conselhos que se encarregavam de coordenar o movimento operário nas fábricas, sob a liderança de Lênin. Os sovietes teriam papel decisivo na revolução de 1917. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia. Em agosto de 1914 a Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial contra a Alemanha e a Áustria-Hungria.

O czar Nicolau II foi morto pelos bolcheviques



Primeira Guerra Mundial (1914-1917)







A Primeira Guerra Mundial decorreu, antes de tudo, das tensões advindas das disputas por áreas coloniais e as ambições associadas ao nacionalismo exaltado fomentavam todo um clima internacional de tensões e agressividade. Sabia-se que a guerra entre as grandes potências poderia explodir a qualquer momento. Diante desse risco quase certo, as principais potências trataram de estimular a produção de armas e de fortalecer seus exércitos. Foi o período da Paz Armada. Uma das características desse período foi à elaboração de diversos tratados de aliança entre países.
Ao final de muitas e complexas negociações bilaterais entre governos, podemos distinguir na Europa, por volta de 1907, dois grandes blocos distintos:

• A Tríplice Aliança: formada por Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália;
• A Tríplice Entente: formada por Inglaterra, França e Rússia.

Mergulhada num clima de tensão cada vez mais intenso, a Europa vivia momentos em que qualquer atrito seria suficiente para eclodir a guerra. E, esse atrito surgiu em função do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco. O crime foi praticado pelo estudante Gavrilo Princip, ligado ao grupo sérvio “Unidade ou Morte”, que era apoiado pelo governo da Sérvia. O assassinato provocou a reação militar da Áustria, e a partir daí diversos outros países envolveram-se no conflito.
Os passos iniciais do conflito europeu (1914) foram os seguintes :

↘ 28 de julho: O império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia;
↘ 29 de julho: Em apoio à Sérvia, a Rússia mobiliza seus exércitos contra o Império Austro-Húngaro e contra a Alemanha;
↘ 1º de agosto: A Alemanha declara guerra à Rússia;
↘ 3 de agosto: A Alemanha declara guerra à França. Para atingi-la, mobiliza seus exércitos e invade a Bélgica, que era um país neutro;
↘ 4 de agosto: A Inglaterra exige que a Alemanha respeite a neutralidade da Bélgica. Como isso não ocorre, declara guerra à Alemanha.

Em 1917, os EUA entraram na guerra ao lado da Tríplice Entente, no mesmo ano em que a Rússia, por causa da Revolução Bolchevique, retirava-se. Os reforços dos EUA foram suficientes para acelerar o esgotamento do bloco Alemão, sendo que em 1918, a Alemanha assinou sua rendição. No ano seguinte, foi assinado o Tratado de Versalhes, que estabeleceu sanções aos alemães.
A Primeira Guerra Mundial provocou uma alteração profunda na ordem mundial: os EUA surgiram como principal potência econômica mundial houve o surgimento de novas nações devido ao desmembramento do Império Austro-Húngaro e Turco e surgiu um regime de inspiração marxista na Rússia.




Alianças estabelecidas no primeiro momento da guerra




Áreas combate



Influência do Pensamento de Marx e Engels





Marx e Engels

Os sociais democratas russos (bolcheviques e mencheviques) eram seguidores do socialismo científico, também chamado de marxismo. Seus criadores foram pensadores alemães do século XIX, Karl Marx (autor de O capital, de 1867) e Friedrich Engels (ambos os autores do Manifesto comunista, de 1848).
Marx acreditava que a sociedade capitalista é sempre injusta e que, portanto, o proletariado deveria fazer uma revolução para destruí-la. Em seguida, seria construída a sociedade socialista.
No socialismo não haveria mais ricos nem propriedade privada. As terras, fábricas, bancos, empresas pertenceriam coletivamente à sociedade, e a economia seria dirigida diretamente pelos trabalhadores.


A Revolução Russa de 1917



A Revolução Russa de 1917 teve diferentes causas de descontentamento popular e de abusos cometidos pelo império czarista. Dentre as principais causas encontramos :

 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: o comércio e a indústria do país encontravam-se nas mãos de estrangeiros e o grosso da produção era consumido pelo próprio Estado.

 POUCO DESENVOLVIMENTO DA BURGUESIA E CLASSE MÉDIA: A burguesia russa jamais atingiu a autonomia da ocidental, pois sua dependência do Estado era muito grande. O poder concentrado nas mãos do Czar não permitia o florescimento da classe. Apenas uma pequena fração da população que atingiu avanços.

 A PRESENÇA ESTRANGEIRA NO FINANCIAMENTO DA INDUSTRIALIZAÇÃO RUSSA: tornou a burguesia um apêndice do sistema internacional fazendo-a procurar proteção junto ao Czar (tarifas protecionistas, etc.).

 CONCENTRAÇÃO DE OPERÁRIOS NOS GRANDES CENTROS URBANOS: exploração e o impedimento da participação de operários nos partidos políticos e no parlamento. Havia cerca de três milhões de operários nos centros urbanos, sendo que estes eram super-explorados. Os operários não tinham chances de participarem da vida política do país.

 A população se encontrava na miséria, fome e em péssimas condições sociais.



Tomada do Palácio de Inverno 1917


Em março de 1917 surgem os primeiros conflitos civis. O primeiro ocorrido foi na região de Petrogado. Os soldados se recusavam a impedir as manifestações e as multidões, mas assim mesmo, houve confrontos diretos entre civis e polícia.
Com o fim do império czarista, criou-se o Governo Provisório, formado por liberais do Duma, porém o poder se encontrava nas mãos dos sovietes. Sobre a bandeira de “todo poder aos sovietes”, Lênin garantiu uma vitória com os chamados bolcheviques, e assumiu o poder da Rússia.
Após conflitos de outubro/novembro de 1917, expandiu-se a bandeira do socialismo. Criou-se a U.R.S.S., e alcançou-se grande desenvolvimento econômico. O Socialismo proposto por Marx e Engels começou a se expandir pelo mundo.


Formação da URSS

Em outubro de 1917 liderado por Lênin, a Rússia adotou o Regime Socialista de Economia Planificada e Centralizada, sendo o governo liderado pelo partido bolchevique posteriormente transformado em Partido Comunista da União Soviética. Eram 15 estados formando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas com a direção do Partido Comunista centralizado em Moscou, numa área territorial de aproximadamente 22 milhões de Km2 de extensão.




Líder da revolução bolchevique, Lênin ajudou a fundar a União Soviética




O descontentamento e a crise popular levaram o governo a optar pela NEP (Nova Política Econômica) que permitiram algumas práticas econômicas. De início esse era um plano econômico de emergência, elaborado para vigorar no período de transição do capitalismo.
Em 1924 após a morte de Lênin houve uma disputa pelo poder entre Stalin e Trotsky saindo Stalin vitorioso desta disputa.
Em 1929, quando Stalin se consolidou no poder, a NEP foi abandonada e substituída pelo Planejamento Econômico Centralizado, onde o Estado por meio de planos quinquenais, planejava investimentos, quantidade e qualidade de produção, distribuição e preços.


Josef Stalin comandou um regime totalitário no país



No curto espaço de doze anos (de 1928 a 1940) a União Soviética conheceu um grande desenvolvimento industrial. Recuperou com vantagem a posição perdida as vésperas da revolução: de quinta nação mais industrializada, no início do século, passou a terceiro lugar, em 1940, perdendo somente para os EUA e a Alemanha. Participou da Segunda Guerra Mundial, ao lado dos aliados, vencendo a Alemanha Nazista. Após a guerra, torna-se uma superpotência e passou a competir com os EUA pela liderança mundial.


Bandeira soviética no Reichstat - 1945


Referências


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▸ SCHMIDT, Mário Furley. Nova história crítica. 2.ed. São Paulo: Nova Geração, 2002.

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▸ http://www.vestigios.hpg.ig.com.br/1guerra.htm

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